Saturday, September 22, 2007

A dura vida de um maratonista na Islândia

Quem reclama do frio é porque nunca veio para a Islândia. Eu imaginava que seria uma parada dura, mas agora sinto que o furo é mais fundo. Coisa pra Galo Cinza mesmo. Nem tinha terminado o verão ainda e já tinha rolado aqui em Reykjavík mesmo temperaturas negativas, tempestades e uma geada que deixava os gramados das casas congelados. Isso para não falar do interior, onde já rola direto chuva de granito (como diria uma empregada lá de casa que tinha menos dentes na boca do que anos de estudo) e nevascas que deixam as ruas cobertas com meio metro de neve. Clássico meio metrinho com ondulação vindo de leste, mas meio complicado de cair no pêlo.

Se eu fosse um cara arredio e curtisse ficar enfurnado em casa não teria problema - já que um aquecedor ligado e um banho bem quente de banheira têm o seu valor - porém, resolvi aqui me dedicar bastante à corrida, algo que me faz sempre muito bem não só para o corpo mas principalmente para a cabeça.

Aqui o cara tem que gostar mesmo da coisa. Chuva vindo de frente, vindo de baixo, rajadas de vento empurrando para fora da pista ou me fazendo correr praticamente sem sair do lugar e temperaturas perto de zero fazem parte da minha rotina diária. Isso que é comecinho de outono. Não tendo vento eu já jogo as mãos para o céu!

O fato é que, 2 de dezembro pretendo estar em Milão para correr a maratona e depois aproveitar para conhecer a cidade. Agora a história é outra: treino montado pelo Tiaguinho, tempo para correr, alimentação organizada pela minha ilustre irmã e até um ferrinho pra inchar os cambitos. O bom é que não importa como vai estar o tempo no dia da corrida, nada vai ser pior que aqui. Quem agüentou 4 meses treinando no Pólo Norte agüenta 3h e 30 min. em qualquer lugar. Agora falta pouco, a cabeça já entrou.

Forza Ivo!

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