Monday, October 29, 2007

O frio

Só para constar. Mesmo faltando ainda 2 meses para o inverno, a merda já começou a feder.
Nesse final de semana as ruas ficaram congeladas e na madrugada chegou a fazer 6° negativos.
O véio mal agasalhado passou maus bocados e agora amargo uma gripe pesada. Bom pra aprender.

A parte boa veio no domingo, quando na madruga nevou. De verdade, como nos filmes.
Hoje pela manhã, apesar do frio e de estar totalmente detonado da noite mal dormida, a paisagem veio como recompensa.

Providenciarei fotos!

Sunday, October 28, 2007

Iceland Airwaves - dia 5

Ufa, último dia. Já estava morto e de saco cheio daquele bracelete cortando a circulação. Para a minha surpresa as minas me acordaram querendo ir para a Blue Lagoon. Nada de festa do Airwaves, só pelo prazer de ficar de molho na água quente.

Peguei o carro da Miriam e dirigi os 40 km até o lugar. Fora as três mil fotos que as minas tiraram, nada de anormal. Na hora de voltar para casa a surpresa. Eu, mangola, tinha mexido em alguma coisa no carro e deixei ligadas as luzes. Explico-me. Aqui na Islândia quase todos os carros já vêm com um dispositivo de acender os faróis quando o carro é ligado, em função dos mais de 6 meses de escuridão que premiam o pessoal aqui. Resumindo, liga o carro, acende os faróis automaticamente.

Bueno, voltando. Chego lá e está o nosso carungo com aquela luz meio triste. Certo que não ia pegar. Pra piorar era um carro com transmissão automática, ou seja, nada de botar na banguela e empurrar. Mas nada como estar acompanhado de duas mulheres interessantes. Passa uma turma de poloneses ogros bêbados, elas já engatam um papo e ganhamos uma carona.

Os caras vão trovando a torto e a direito, sempre aproveitando para tirar uma casquinha da mulhegada. Passam um chalalá e nos convidam para jantar. A essa altura eu já era irmão da Miriam, o que não deixa de ser verdade. Pra melhorar, ainda pagam a conta. Serviço compreto!

Claro que as aventuras aqui nunca acabam e quando menos se espera pinta outra coisa. Passamos no mercadinho para pegar um básico e acabo encontrando, como nas novelas do Carlos Lombardi, o pessoal da Box de Porto Alegre. Muito bom encontrar uma galera que, apesar de não ser íntima, é conhecida e gente boa. Vieram para ver o Airwaves e como eu, estavam na capa da gaita. Depois de um papo rápido e de trocar telefones, cheguei em casa decidido a não ignorar o último dia do festival.

Larguei meus mijados e me teletransportei para o olho do furacão. Sem o menor stress ou atrolho, saboreei umas biras e curti a finaleira enquanto já pensava em como escrever tudo o que rolou aqui para os poucos - mas fiéis - leitores das aventuras do Nêgo Ivo.

Iceland Airwaves - dia 4

Depois da brochada da noite anterior o sábado prometia. Ao meio-dia ia rolar uma festa na Blue Lagoon. Não tinha erro: festa, música e piscina. Madruguei e logo estava pronto para a bagunça. Falei com a Miriam ainda pela manhã e teria companhia. Depois começou aquela história de vai-não-vai e pra cortar a missa para uma versão mais econômica, acabamos não fondo.

Curtimos o dia, rolamos pela cidade atrás de outras atrações do Airwaves em livrarias e cafés e depois vim para casa dar uma retocada no soninho. Banho tomado, programa na mão, hora da batalha. Uma noite muito boa também, não só porque encontrei minha amiga Árny mas também porque vi talvez o melhor show do festivaldo: Chromeo, uma dupla canadense com um repertório beeeeem cheesy mas que acaba fazendo todo o mundo pular e dançar com a mão pra cima. As minas então, só no gritinho. A gurizada do Ri Ri Riot também me apeteceu e como diria o Antena, estavam em chamas e esmerilharam. Depois de quatro dias de Airwaves já me achava mais educado musicalmente, pelos papos com o pessoal desconhecido de NY e Berlim e até uns negos meio falidos do meio musical. Coisa de Sessão da Tarde. Estava tão à vontade que saí de chapéu e barbudo, metendo marra de baixista polêmico. Graças ao Bom que não me deixei levar e segurei a onda de desfilar só com o já tradicional bigode "Rema na Beirinha".

Antes com lata de mendigo do que com de empacotador de súper!

Iceland Airwaves - dia 3

Finalmente, sexta-feira! Expectativa de dia pegado de Airwaves, mas antes um bom compromisso: jogar bola com uns italianos amigos do trabalho da Miriam. Indescritível a sensação de voltar a jogar com pessoas que entendem o que é futebol. Muita gritaria e discussões, não tanto como o Matteo e a Giuliana faziam na novela, talvez mais com cara de Dona Armênia, aquela que era mãe do Gersinho Brenner. Enfim, parecia cena de novela com aquela italianada esbravejando muito "Cazzo" e nada de "Maledetto" como o Benedito Ruy Barbosa quis me fazer acreditar. Falando em telinha, tinha uma equipe de uma TV da Velha Bota fazendo um documentário sobre italianos morando fora do país. Mais um vez lá estava o negrinho perseguindo a fama, dessa vez no melhor estilo volante brigador com passada larga.

Bom, terminado o jogo e de alma lavada lá fui eu para o Airwaves. Soquei um rango e peguei meu livrinho. Infelizmente já tinha previsto problemas. Por ser sexta-feira teria que disputar lugar com um bando de islandeses, e para quem não sabe do que falo, não há nada pior que uma horda de nativos em um evento. Islandeses e álcool são uma mistura perigosa, mas só para os outros que foram doutrinados com essas baboseiras de boas maneiras e civilidade básica.

Voltando à vaca fria, segue o programa do dia. Muita coisa islandesa famosinha mas nada que desse um brilho. O que me chamou a atenção foram os ingleses da Computer Club que tocaram sem o baterista, já que o cara conseguiu ser preso em um aeroporto na Escócia quando vinha para cá. Prestigiei mais pela decência que tiveram com o público de dar a cara a tapa mesmo assim e também porque deixaram um magro da platéia subir e assumir o posto vazio.

Claro, depois disso a única saída foi ir para casa botar a carcaça pra descansar.

Iceland Airwaves - dia 2

Depois de um bom começo lá fui eu para o segundo dia. Queria começar cedo e assim que saí de casa com uma breja já abri a programação para achar algo que me fosse atraente. O que rolou no dia vocês podem ver aqui.

O fato de ser quinta-feira também deixava o centro em rebuliço, apesar de não precisar de muita frescura aqui pra juntar gente pra beber e fazer merda. Talvez tenha sido a melhor noite, não só porque encontrei minha amiga Árny :) por acidente mas também porque várias bandas fizeram a alegria com um som muito bala e apresentações ultra performáticas. Nada daquele papo é-um-prazer-imenso-estar-aqui dos calouros quando vão no Fama. Estava na cara que o Airwaves dá um teso e a grande maioria se puxou muito.

O que ficou de muito bom pra mim foram os magros das Ilhas Faroe do Boys in a Band (talvez com o visual mais alucinógeno do festival) e o duo Slow Club.

Dever cumprido, lá fui eu tirar o soninho do Justo Justíssimo.

Iceland Airwaves - dia 1

Está valendo, bola rolando para o Iceland Airwaves. Com a promessa de 5 dias de muita curtição e muita música maluca, lá fui eu solitariamente munido da minha pulseira. A idéia, como falei antes, era de ser surpreendido e não planejar coisa nenhuma. Paradoxalmente, o plano era não ter plano nenhum. Aqui vocês podem conferir tudo o que rolou no dia e dar um bico no Myspace do pessoal pra sentir a temperatura.

Muito legal andar a esmo, entrar em todos os lugares pra conferir o que estava rolando e ver o pessoal reunido pra curtir mil tipos de sons. Os que me apeteceram mais nessa noite foram o Grasrætur e Solid Gold.

Cadum, cadum. O que vocês mais curtiram?

Iceland Airwaves

De 17 a 21 de outubro rolou aqui o Iceland Airwaves, festival todo modernético de música. Não entendo nada de música, e imaginem, menos ainda sobre promessas e tendências para o cenário internacional. A idéia era realmente relaxar e curtir, bem à la louca e sem planejar. No feeling mesmo, deixando a vida me levar. Abria o programa, olhava o nome das várias bandas para aquele horário e (rufar de tambores) pronto, resolvida a coisa! Sim, levei muito gato por lebre, mas isso é parte de viver a vida loucamente.

Nos próximos posts vou falar o que vi e o que achei em cada um dos 5 dias do Airwaves. Não esperem uma crítica embasada e estruturada como o Dudu faz no blog dele. Meu estilo é mais Raul Gil. Gostei ou não gostei. E quem sabe a letra canta junto!

Friday, October 12, 2007

A dura vida de um futebolista na Islândia














Dia 13 de outubro rolou aqui uma partida pelas eliminatórias da Euro 08 e, claro, lá fui eu conferir a bagaça: Islândia X Letônia. Estádio nacional aberto para o grande evento, torcida animada, pipoqueiro, churrasquinho de baleia, ambulante e flanelinha. Acho que até um "Chocolate, limão e uva" eu escutei. Tudo para acompanhar o nosso esporte bretão que também é paixão nacional aqui no Pólo Norte. Vale frisar também que o time da casa já estava eliminado, mas isso talvez já se soubesse antes mesmo de iniciar o campeonato.

Lá fomos nós para o estádio (Luciano, seu irmão Igor e eu) com aquele sorriso no rosto, loucos de saudade de ver uma peleia no estilo Gauchão. O cenário, porém, tinha toques quase pitorescos. Apitos, caras-pintadas, torcidas misturadas, uma revista inexistente na entrada e até um pessoal entrando com caixa de pizza e frango com farofa eu vi. Ainda ficamos uns bons 20 minutos fazendo observações sobre como a coisa aqui ainda rema na beirinha: os 8 policiais que faziam a segurança do estádio, o telhado de zinco, a mureta mínima que separa a torcida do campo, as duas gandulas com 14 anos e o pequeno número de torcedores. Aliás, eu já vi mais gente ali no Ararigbóia quando a bala comia.

Não me perguntem do jogo porque quando eu não estava rindo eu estava gargalhando. "Putz" e "coitado" foram bastante usados nos comentários. Claro, o time é Gordjohnsen e mais 10. Ele, com um senhor sobrepeso, não fez muita diferença, mas ainda assim meteu dois golos. E vamos combinar que a Letônia não é ninguém, mas meteram 4. Isso, 4 X 2 para os visitantes. O resto do pessoal corria, corria e judiava da redonda. Coitadinha. Roubei algumas fotos da minha amiga Miriam pra poder mostrar algo a vocês enquanto não resolvo o esquema da minha câmera.

No final ficou aquela esperança de poder a qualquer momento largar meu emprego e disputar a liga islandesa. Iria de 3-5-2 com LG no gol, Andrey, Ramiro, Binho, Ramon e Jeronimo; Dudu Mascherano, Nêgo Ivo e Perdigão; Peruca e o abençoado Josmar "Bigode", o centroavante que deu origem à série. Técnico, claro, o Francisco. Alguma dúvida de que o caneco seria nosso?