Friday, December 28, 2007

Na Itália: o turismo rengo

Depois da choradeira e das dores da corrida era chegada a hora de descansar e passear. No mínimo, porém, seria mais uma tarefa árdua e agoniante. Explico.

Imaginem que minhas pernas ficaram duras e meus joelhos não funcionavam propriamente, que estava com os tornozelos inflamados e cansava ficar em pé. Ok, agora imagem um dia normal de um mochileiro. Caminhar horrores, subir e descer escadas, pegar metrô, comer em qualquer birosca, acordar cedo e etc. para poder ver uns prédios velhos.

Como tudo na vida, também existe um lado bom e um lado ruim em ser um andarilho solitário. Tive sorte em encontrar muita gente legal pelo caminho, como uns brasileiros parceiraços, uma africana com furor uterino, um casal de espanhóis e umas australianas mega barangas (mas tri queridas, como diria o Binho). Mas já decidi: na próxima viagem arrasto um(a) amigo(a) comigo.

Uma vez que não tenho uma câmera (mais porque não tenho saco e nunca me lembraria de ficar fotografando), nada de fotos. Fica na memória do véio. Além de Milão, onde consegui ver Milan X Celtic pela Champions League, conheci Veneza, Florença e Verona. Um tour meio básico pela Itália, mas bem legal. Quem sabe em um futuro próximo eu não me embrenho mais pela Velha Bota?

Na Itália: a maratona

Depois de um bom tempo planejando a maratona e a viagem, lá fui eu para Milão. Foram 5 meses treinando em condições muitas vezes longe das ideais que teriam que se pagar no dia da prova.

Faço agora um parêntese filosófico. Tenho tentado barrar essa faceta de "comportado e politicamente correto que planeja tudo na vida", o que trocando em miúdos seria dizer que no final me sinto uma pessoa previsível. Disso até dormir de meia social bege é um pulo, então estou adotando uma postura mais agressiva para voltar a ser selvagem como vim ao mundo. Minha memória de brasileiro me impede de aprofundar essa reflexão e de achar a origem disso, mas tenho feito avanços impressionantes.

Hummmm, do que eu falava mesmo? Sim, da Itália. Pois é, cheguei, me instalei e corri. Sendo bem econômico nas palavras, a impressão que fiquei de lá é de um Brasil piorado. Uma zona, um monte de paraíba malandro e o grosso da população - com algumas exceções - desconhece o inglês e o dialeto italiano usado nas novelas da Globo.

Durante a feira no check-in da maratona, enquanto passeava pelos stands e comprava algumas porcarias, pensei que poderia ser uma boa hora de ignorar os planos e fazer o que me desse na telha. Resolvi correr sem relógio, sem gel de carboidrato e sem casaco. Foda-se tudo! :)

De todas as escolhas erradas que uma pessoa pode fazer em uma maratona eu provavelmente consegui abraçar todas as mesmo tempo. Abandonar a estratégia de corrida na véspera não foi algo muito esperto, mas pouco importa. Também pouco importa que meu joelho esquerdo começou a doer no km 18 e foi um martírio até o final ou que não fechei nas 3h 30min que eu tinha imaginado. A chutada de balde compensou muito.

Foram 4h 4min, ainda abaixo do tempo do ano anterior em Buenos Aires apesar do joelho. Ignorei os italianos xingando os corredores durante o percurso (por sermos "responsáveis" pelas ruas bloqueadas e pelo trânsito parado) ou a sensação térmica perto de zero. Curti, como nunca. Para quem quiser dar um conferes há uns filmes bem legais no site da maratona. No menu à direita estão os pontos da prova e os respectivos vídeos. Ao clicar em cada um, também tem uma dica do momento em que eu apareço. Procurem por um negrinho de barba e regata branca com detalhes azuis (herança dos tempos de DCS). Se também virem um par de pernas dando sopa me avisem, que estou fazendo negócio.

Thursday, December 27, 2007

Festeguê de aniverságuio

Imagino que quem esteja lendo esse blog saiba que meu aniversário é em novembro e que completei 27 anos. Sim, 27. Putz, me senti na capa da gaita quando contei uma história do tempo que tinha 17. Agora é só descida.

Bueno, o fato é que as gurias aqui em Reykjavík resolveram fazer uma festa para o véio. Muito bom ganhar um bolo surpresa mesmo estando a alguns milhares de quilômetros de casa. Todos que escreveram ou ligaram também deixaram mais quentinho meu aniversário.

Claro, por fazer parte da turma da Miriam a data não iria passar despercebida. Muito pelo contrário, rolou um festeguê forte. Sem muitos comentários, porque todos sabem que o que acontece em Vegas fica em Vegas.

Algumas fotos foram liberadas pela diretoria para dar uma palhinha do que foi a correria.
A próxima do mesmo naipe vai rolar no final de janeiro, para comemorar a folia de Momo debaixo de neve. Promete.

Enfim, de volta.

Sim, eu sei que estava em falta. Muito tempo passou do último post até hoje, mas não se preocupem. Não me tornarei o Francisco, que usa a meia-dúzia de três ou quatro coisas que ele faz para se dizer ocupado.

Fui preguiçoso mesmo. Tive que arrumar minhas coisas para ir à Itália e de quebra resolvi largar fora do meu antigo apê. O islandês toscão era gente boa, mas não preciso morar com alguém que fuma dentro de casa ou que acredita que a água quente limpa tudo.

Enfim, de volta. Vou tentar dar uma repassada no que rolou nesse meio tempo.
Não esperem nada muito interessante. Os bacuris são os mesmos produzidos em festas populares no passado pelo Brasil e espero que não estejam lendo o blog.